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Nossa História

Quando na década de 70 poucas mulheres assumiam posições de destaque na carreira de executiva, socióloga e gestora de um escritório da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, Maria Paula Caetano da Silva uma carreira pública brilhante, e em nível de representatividade, seu nome aparece na história dos movimentos de mulheres, como ativista ativista da União Cívica Feminina e primeira presidente da Federação das Associações de Mulheres de Negócios e  Profissionais – BPW Brasil. Business Professional Women (BPW), é uma organização que congrega mulheres de negócios e profissionais em todos os continentes do mundo. Uma ONG feminina que  tem no seu DNA a defesa da igualdade de gênero nos âmbitos econômico, laboral, social, ambiental, educacional, jurídico e político.

A  década de  70, considerada de grande importância para a liberação da mulher,  foi o marco referencial da história da BPW no país. Na época pouco mais de 15% das mulheres brasileiras estavam no mercado de trabalho, e apenas  3% exerciam atividades empresariais. Este cenário e as dificuldades para arregimentar as mulheres ao associativismo foi recordado por Maria Paula, como um grande desafio. Vale destacar que a organização, entretanto, ajudou na construção de um novo cenário, intelectualmente ativo, altamente produtivo e socialmente representativo para a mulher brasileira, que já havia saído da fase embrionária de contestação, para caminhar com passos decisivos para a defesa integral dos seus direitos.

“A pessoa que deixa um legado jamais é esquecida, mesmo que seu corpo frágil pela doença sente o último sopro de vida. Certamente nossa líder viverá no sonho e nos ideais das mulheres que lutam pelos direitos e empoderamento feminino. Falo desta forma porque conheci e amei ter conhecido Maria Paula Caetano da Silva”. Estas palavras são da diretora responsável do Portal Rosa Choque, e vice-coordenadora da BPW na América Latina, Sueli Batista. Em 2013, quando era a presidente da BPW Brasil, ela própria  entrevistou Maria Paula para o projeto Memória Viva, criado em sua gestão.

Maria Paula juntamente com Amália Ruth Borges Schimidt, uma das grandes líderes da BPW em São Paulo, no Brasil e no mundo, foi uma tecelã da rede BPW, ela participou em 1974 da primeira reunião, de Maria de Lourdes Borges Schimidt, hoje com 105 anos e lúcida, na época era presidente da Liga das Senhoras Católicas de São Paulo, mãe de Amália que era sua amiga.

A reunião culminou na fundação da primeira organização com a chancela no Brasil, sendo que Maria Paula foi convidada para ser a protagonista na fundação da BPW São Paulo, na época usava a sigla de AMNP. Foi somente em 1996 que todas as associações passaram a ser identificadas por BPW, a sigla de Business Professional Women, facilitando sua identificação em todo o mundo.  Ela declinou, por não poder conciliar com suas atividades profissionais. Por outro lado, indicou uma amiga, que foi sua companheira na União Cívica Feminina, Maria Violeta Maciel de Castro para assumir os trabalhos de implantação, e ela aceitou o convite.

Maria Paula assumiu a presidência da BPW São Paulo, de 1981 a 1984. O trabalho inovador da presidente trouxe grande projeção para a BPW São Paulo, que passou a conquistar, com eventos representativos,  espaços na mídia, nos mais representativos veículos de comunicação.

Maria Paula  focou também na  importância da expansão dos negócios  com a abertura de novos mercados no país. Dentre seus feitos, realizou a primeira missão de pequenos negócios no Brasil, só de mulheres,  organizando uma feira de moda em Porto Alegre,  promovida em conjunto com a Associação Comercial de São Paulo. A segunda missão ocorreu em Uberaba.  Trinta empresárias de diversos setores da economia – desde perfumaria a mobiliário e Propaganda participaram da primeira missão. A BPW começava a contribuir de forma mais efetiva para a empresária alcançar um  volume expressivo em seus  negócios, e também se integrar em novos formatos de relações comerciais.

A diplomação da BPW Brasil, na época com a sigla de FAMNP ocorreu  no dia 17 de agosto de 1987, com  a seguinte composição:  presidente, Maria Paula Caetano da Silva, primeira vice presidente, Marta   Bittar Cury,  segunda vice-presidente, Ivete Senise Ferreira,  secretária, Amália Ruth Borges Schmidt, e tesoureira, Maria Inês Fontanelle Mourão. 

Maria Paula a frente da BPW Brasil continuou a imprimir sua dinâmica fundando várias associaçõe, a maioria que até hoje fazem parte da rede. Em 1988 fundou Curitiba, no Paraná,  Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Florianópolis, em Santa Catarina. No ano de 1989 foram fundadas  Uberaba, em Minas Gerais, e Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Goiânia, Goiás e Foz do Iguacú-Paraná. Foi na sua gestão que ocorreu em  1989 a I Confam-  Convenção da Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais, que teve como anfitriã a BPW São Paulo.

Na gestão de Ana Paula o Brasil teve participação ativa em eventos internacionais, dentre eles, o XIX Congresso da BPW Internacional em Bahamas. Uma oportunidade de integração e intercâmbio cultural.

Maria Paula deixou mais do quer seus bons exemplos, deixou um registro indelével na história dos movimentos femininos. Nos  últimos anos acompanhou de longe a trajetória da organização. Em 2013, na gestão de Sueli Batista na presidência da BPW Brasil, foi outorgado para a fundadora, a Comenda  Lena Madesin Phillips, o maior mérito da organização no país.

“Reconhecer em vida os feitos das pessoas que doam seu capital intelectual e trabalho a uma causa, é muito relevante”. A presidente da BPW Brasil, Eunice Cruz lamentou a morte de uma grande líder da organização, e foi com flores que manifestou o pesar de toda rede de mulheres de negócios e profissionais, por quem tanto fez para que a rede tivesse seus fios muito bem entrelaçados.

PRESIDENTES DA BPW BRASIL
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